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segunda-feira, 9 de março de 2015

Crônica O Preço da Terapia











O PREÇO DA TERAPIA

O maior terapeuta que eu tive notícias foi sacrificado, na cruz.
Há controvérsias, mas eu acredito nessas notícias que atravessaram os tempos.
Tenho visto que este é o risco dos terapeutas, pois são eles que levantam os véus que encobrem nossos medos.
Nossos medos também encobrem nossos erros.
E na Galileia, o maior dos terapeutas tentava libertar o homem de sua cobiça, de sua vida de mentira.
Abria os porões da alma, mas a luz que entrava era demais, 
então os homens se afundavam nas próprias sombras.
Crucifiquem-no!
Crucifiquem-no!
Libertem Barrabás!
Diziam as vozes da ira.

Sabia entretanto, o terapeuta, que o maior crucificado não era ele, pois a sua luz era justa e mansa.
Os verdadeiros feridos eram os outros, agressores e pecadores.
Nos dias de hoje, os terapeutas hão de entender o que eu digo, pois este ofício tem como mérito, o risco.
Crucifiquem O Lula!
Crucifiquem a Dilma!
Ora!
Não se espantem, terapeutas!
Terapeutas da política, da economia.
Todos nós estamos feridos, pois estão destampados os ódios, as iras, a intolerância, a impaciência.
O tribunal está se aproximando das ruas, mas quem serão os condenados?

Agressores, ou agredidos?
O preço a pagar certamente virá depois.
O terapeuta de há dois mil anos não cobrou nada, apenas cedeu o seu sangue para renovar consciências.
As batalhas que vemos hoje, não são entre o divino e os homens.
São entre homens e os homens, mas as feridas são as mesmas.
Estão sendo desenterradas as cruzes, as guilhotinas, 
os facões que decepam cabeças.
No fim de tudo isso, os que se libertarão serão os terapeutas, pois existe uma sina que os acompanham, a de libertar consciências.
Esta é a recompensa.
A cruz é sinal de eficiência do terapeuta.
Entretanto, já conhecemos a história, e é possível saber a quem libertar da dor, se o Barrabás ou o terapeuta, apesar de tudo estar nebuloso no palco e a ira contaminando a plateia.
Se quem se voltar contra o palco for a ira, e se for ela quem libertará os candidatos às cruzes, saberemos, então, quem é o Barrabás.
A cruz não é sofrimento para os justos, é acima de tudo, ato de coragem, de vivência.
O terapeuta pode entender.
Seria interessante que fossemos terapeutas de nós mesmos, a fim de que o ódio não defina nossos destinos.


Evaldo






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