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domingo, 18 de janeiro de 2015

Poema - abraço
















POEMA DE AMOR - ABRAÇO

Nada encanta mais
do que teu sorriso
a não ser teus olhos
que brilham
quando me olham.

A vida é tão bela,
há encantos nos rios,
nas penas das aves
e dos pássaros.

Há regozijo
com a alegria do cão
que salta em meu colo,
mas nada me enternece mais,
do que receber o teu abraço.

Evaldo


Reflexão amor sem pena
















Creio que o amor ainda é apenas uma proposta.  Há treino mas não se sabe direito como usar. A vida nasce todos os dias e todos os dias se dissipa. Como entender os critérios do Criador? Por enquanto só sabemos perguntar. Mas cometemos muitos ilícitos  em nome da presunção de sabedoria, entre elas, discriminação, subjugação, suposta superioridade, etc... Não creio que o amor outorga morte. Nem humilhação alguma. Qualquer prática nesse sentido acontece justamente pela ausência dele. Não somos Deus para julgar. O amor existe no mundo, sim, mas ainda é muito pequeno. Falta força moral para oferecer a outra face, assim como fez o Cristo. Para aplicar aquele amor, com certeza é preciso conhecimentos mais profundos da vida. O amor não se defende, não ataca, nem usa arma. O amor é redondo. Não tem lado.



Evaldo





















Poema navegar



















NAVEGAR É O DESTINO

As naus seduziram os homens.
Fê-los abrir os caminhos por mares.
Com elas pilharam o mundo.

As naves navegam nos ares.
Um dia passarão por estrelas.
Com elas pilharão outros mundos.

Evaldo












Poema - liberdade














Dentro de mim há duas vozes,
ambas muito tagarelas.
Uma representa o sim,
a outra representa o não.

O duro é ser juiz,
dessas minhas vozes
que não se calam.

Sou eu mesmo o juiz,
que condena e que liberta,
e a vida é carcereira,
espera de porta aberta.

Posso entrar
e posso sair,
depende só de mim,
dizer sim,
ou dizer não.

A mesma porta que me aprisiona,
é a mesma porta que me liberta.




Evaldo



Conto





Homem ou estátua?

A poeira do asfalto levantava.

O sol estava quente, e a fuligem das chaminés da cidade tornava a paisagem tosca.

Momento propício para pensar um pouco na civilização em que vivia.

Aliás, admirava muito o “progresso” das cidades.

Quanto mais asfalto, quanto mais indústrias, quanto mais prédios altos (que motivo de orgulho!), carros (naquela época desejava ter um) mais digna a vida parecia.

Dentro de um ônibus, observava a paisagem, e o trânsito estava cheio de veículos, o que ainda é comum nas marginais do rio Tietê.

Comigo viajava um parente, e o nosso destino era a cidade de Itapira, no interior do Estado de São Paulo.

Íamos visitar um amigo que aguardava uma visita qualquer, na clínica de repouso onde se encontrava.

Indagava, a mim mesmo, por qual motivo ele ficara assim, tão desbaratado da mente.

Esperava encontra-lo melhor, quem sabe totalmente recuperado, e pronto para continuar sua vida digna, como sempre foi.

O que a vida queria tirar dele? De todos os tidos como doidos deste mundo?

Voltando a falar, no entanto, naquele ônibus, naquele dia ensolarado e também enfumaçado, olhando a paisagem da cidade de São Paulo, cutuquei meu companheiro de viagem com o cotovelo, para mostrar-lhe uma figura, que parecia uma estátua. Ele riu, devido à surpresa que também teve. Exclamou admirado: é um mendigo! Não! É uma estátua! Abrandou a voz e disse: é um homem, deve ser louco, talvez, ou um mendigo.

O fato é que ele estava parado como estátua. Era alto, e sua roupa estava turva, igual fuligem. Mantinha um saco pendurado nas costas, seus cabelos e barba eram grandes e esvoaçados, porém, estáticos, por causa da fuligem. Parecia, mais, com uma estátua mesmo. Com certeza ganharia um prêmio se estivesse participando de um concurso de originalidades. Era, entretanto, um ser humano que estava ali, com toda a grandeza de qualquer ser, resistindo às intempéries da vida.

Acredito que ele queria atravessar aquela avenida, em lugar inadequado, beira de asfalto, perigoso, esperando por um momento que nunca chegava, mas ele era um mendigo, certamente acostumado a todo desconforto.

Sempre admirei os mendigos, não por imaginá-los desgraçados, ou loucos, mas por senti-los corajosos em desafiar a sociedade, por vezes injusta, por continuarem vivendo, apesar das impurezas químicas e bacteriológicas que os rodeiam. Não é isso que os matam, e sim, os próprios homens, mas aqueles de sentimentos impuros...




Evaldo de Paula Moreira
Contos de Amor

Poema incongruências do pensamento


Incongruências do pensamento.


Não sei o que pensar da vida,
que me cria e me entrega à sorte.
Diz-me para amar, trabalhar e sonhar,
mas não me livra da sombra da má sorte.

A vida que me cria,
encanta e constrói
o ciclo que me inicia,
é a mesma que me descria.

Maior sorte, não obstante,
para aliviar a dor de pensar
na existência de toda má sorte,
é  crer na vida depois da morte.

Vida depois da morte,
morte depois da vida,
tudo é vida que se entrelaça,
não existe boa ou má sorte.

Evaldo.