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sábado, 27 de dezembro de 2014

o silêncio e o tempo










    Silente passa o tempo.
    A muitos acaricia com ternura,
    a outros esconde candura.
    A mesma terra ...
    onde o sol resseca,
    a chuva cai e refresca.

    Enquanto num canto
    há muitos sorrisos,
    num outro
    só se ouve pranto.
    Este é o mundo,
    esta é a vida,
    que entrelaça convivência.
    Enquanto um curte a vitória,
    o outro chora a derrota.
    O mesmo lábio
    que é capaz de sorrir,
    é o mesmo que pode chorar.
    Que vida é essa
    que não sabe o que quer?
    Ora manda chuva,
    ora manda sol.
    Sou obrigado,
    malgrado,
    a carregar o guarda-chuva
    na hora da chuva
    e o guarda-sol na hora do sol.
    Dá pra fazer um acordo?
    A vida não negocia,
    nem reconhece disfarce,
    pode recolher o chapéu,
    e desfazer o topete.

    Evaldo

reflexões sobre desafios





REFLEXÕES


O coração aperta quando se desafia o desconhecido.
É um grande risco atravessar em pinguelas, planar em asas deltas e tantas façanhas que todos os seres são capazes de realizar. Incrível a precisão do voo de um morcego. Admirável o pulo do gato.
Talvez a insatisfação com o status quo faça com que se estique a corda ao limite desconhecido, mas de modo que não arrebente. Esse é o desafio: não arrebentar a corda para não cair em abismos de incertezas. Colocar-se no liame entre a vida e a morte, conscientemente.
Ninguém que se lança a desafios está desprotegido. A confiança é intuitiva. A intuição encontra dentro de si mesmo ferramentas armazenadas, esquecidas no tempo, mas armazenadas no DNA. Acontece com todos os seres, não só com o homem.
A girafa esticou o pescoço para encontrar as folhas, o peixe desenvolveu as asas, transformando- se em pássaros, talvez para fugir mais depressa de seus predadores.
A Terra..., maravilhosa Terra, saiu do casulo como fazem as borboletas.
Não é sem motivo a sua beleza. Os mares, os rios, sustentam vidas, as terras abrigam plantas, flores e outros tantos seres. Tudo feito sob medida, em cordas esticadas nos limites.
Todos os dias saímos um pouco de dentro de nós em desafios que buscam transformações. Como planetas em fuga pelo universo.
Todos os seres a seus modos rompem imaginários limites, porque limites não existem.
As luzes e as trevas estão sempre em desafio. Tudo é vida que não se anula, mas que se entrelaça em busca da eternidade.

Evaldo